Poesias


   Lacaio da Escuridão

        Perene tristeza paira em seu andar,
        obscura solidão,
        repousa em teu ser,
        bem e mal em um único olhar.

        A ausenta-se a luz sob sua presença,
        as trevas residem sua alma,
        em tuas veias correm vidas alheias,
        e em seu corpo está uma vida usurpada...

        Somente frieza,
        encontra aquele que procura,
        o amor em tua pele,
        alva e impura...

         Os séculos não o fizeram fraco,
         a dor não o fez covarde,
         Teu olhar carrega tua força,
         e não há nada que possua de verdade...

         Possui o poder,
         domina de tudo a ciência,
         mas não sabe que sua fraqueza
         não reside nem na prata ou no que for,
         tua fraqueza é tua carência,
         tua perdição é o teu o amor...




    Nocturne
Na calada da noite
Sons não existem
O silencio toma conta do ambiente

Tudo que se pode ouvir
São as batidas de um coração solitário
Que ansiava por uma companhia
Que nunca existiu

A vontade de estar perto era tão grande
Mas maior ainda foi a decepção
Quando tudo que se recebeu foi um simples
"NAO" ou "NAO QUERO SABER DISSO"

Então vem a solidão
E o sofrimento de ter perdido algo especial
Algo que se ansiava mais que tudo na vida
Algo que não podia ser entendido

O silencio machuca o coração
E é frio como o gelo
Pois faz lembrar do silencio da pessoa amada
Uma lembrança, no mínimo, indesejada

E o que fazer nessa hora
Chorar? Gritar?
Ou simplesmente sofrer mais?

Nada disso adianta
Por que uma parte do coração ja se foi
Uma parte que ficou perdida no tempo
Mergulhada em Trevas

E junto com ela
se foi também o desejo de amar
O desejo de estar perto
o desejo de viver pra sempre com alguém
Deusa

"Que cada Lua Cheia me encontre a olhar para cima,
Dançando com os espíritos no ar,
Além do círculo luminoso da vida,
Nas árvores desenhadas no céu luminoso.
Deusa da noite que me ilumina,
Tome conta de nossos dias,
Permaneça ao meu lado.
Que eu possa me aproximar dos altos trabalhos da Terra
E dos círculos de pedra,
Que meu olhar seja direto e minha mão firme,
Sem medo de enfrentar meu próprio reflexo.
Abrace os mortos,
Fique ao seu lado,
Tome conta de nossos dias,
É o fim.
Não temas!
Sinta as sombras no seu coração ! ! !    



             DOCE BEIJO DA MORTE
            Senhor da noite eu sou
            Criatura de beleza desigual
            Há muito de bem em mim
            Mas o que predomina é o mal
            Não se iluda com meu belo rosto
            Nem com meu doce sotaque francês
            Eu bebo as almas do desgosto
            Sorvendo o ódio e a mesquinhez
           Conheço os mais antigos do que Cristo
           De quem bebi e poderoso me tornei
           Já fiz viagens ao inferno e ao paraíso
          Com o próprio Rei das Trevas conversei
          Saiba quem sou quando pra mim olhar
          E quando a pele branca que fascina, a ti, me denunciar
          Não fuja. Seja minha, menina
          Deixe- me lhe acariciar
          Sinto prazer com sua dor
          Quanto mal você já fez?
          Seu sangue sujo tem sabor
          Veneno  doce, embriaguez
 
          Cravado em ti estou agora
          Imagens belas mostrarei
          Não chegarás a ver a aurora
          Que belo fim, a ti guardei
 
          E quando a vida esgueirar-se de teu ser
          Permita me apresentar
          O meu nome já ouviu dizer
          E acabara de experimentar
          A divina sensação de padecer
          Nos braços do Vampiro Lestat    


      Lembranças Perdidas

      Os anos que passam,
      Não mais voltam.
      Olho à minha volta
      E nada mais vejo.
      Só me resta o desejo
      De um dia lembrar.
      A sombra do balanço
      Contra a luz da lua,
      A casa abandonada
      E as árvores mortas
      Não abrem as portas
      Da minhas lembranças.
      Eu sinto a saudade,
      Eu sinto a angústia,
      Sinto a ansiedade
      E a nostalgia
      E espero um dia
      Saber o porquê.
      Entro na casa aberta
      E tenho a certeza
      Ao ver a paisagem
      Morta e bela
      Ao olhar a janela
      Que um dia, hei de saber...